"Somos um país dominado por interesses fortíssimos"

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Chegou ao volante do seu carro à hora marcada. Tinha pedido para adiar a entrevista umas horas porque surgira uma reunião com o ministro das Finanças. António Borges é consultor do governo. Cobra 300 mil euros por ano - que divide com uma equipa - para dar opiniões sobre privatizações, parcerias público-privadas (PPP) e financiamento da economia. O acesso a informação privilegiada não o retrai, solta-lhe a língua, embora agora pareça mais comedido e otimista. Assegura que há empresas a nascer por aí...

Sente-se confortável com a definição de "não-ministro mais influente do governo"?

Isso foi uma invenção da comunicação social.

Acha normal que um governo tenha de recorrer a um consultor para tratar de assuntos como as privatizações e as PPP?

Não é normal, é corrente, é regular. Eu diria que é o contrário: um governo que avança para dossiês complexos sem ter consultores não está realmente a fazer o que é a sua obrigação. Todos os governos utilizam consultores. Por qualquer razão, optaram por me colocar numa posição diferente de outros consultores. Optou a comunicação social, porque eu não me sinto como um consultor diferente de outro qualquer. A minha empresa de consultoria, que tem um contrato com o governo, presta consultas só naquilo que o governo pede. Eu e os meus colaboradores damos o nosso contributo.

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